Ciclo de vida e momento da reestruturação de empresa
- Nelson C Ribeiro
- 5 de out. de 2023
- 3 min de leitura
Atualizado: 6 de out. de 2023

Vivemos em um mundo cada vez mais interconectado, com mudanças contínuas, com reflexos rápidos que acabam atingindo todas as empresas.
Inúmeras são as variáveis externas que afetam, cada vez mais, as empresas. Portanto, estas precisam estar ligadas ao cenário externo, analisando as inovações tecnológicas; as alterações em carga tributária, em de planos políticos, econômicos, no mercado de consumo; nas tendências sociais; e em demandas potenciais.
Além das variáveis externas, há também as inúmeras variáveis internas da empresa. Estas dependem, exclusivamente, da gestão e das decisões tomadas ao longo do tempo. Todas devem ser gerenciadas com muito controle.
As variáveis externas e as internas podem destruir uma empresa. Em geral, as que mais a afetam são as variáveis internas, que são as gerenciáveis e que devem ser adaptadas, controladas e ajustadas constantemente.
A empresa tem um ciclo de vida que pode ser descrito com as seguintes fases:
1. Nascimento;
2. Crescimento;
3. Expansão;
4. Maturação (tempo de mudança);
5. Início do declínio (buscar auxílio externo);
6. Sobrevivência;
7. Fim do declínio (a ajuda pode estar atrasada);
8. Início da insolvência;
9. Falência.
No início da maturação, a empresa precisa buscar alterações para se manter no mercado e na fase inicial do declínio, a empresa precisa prestar atenção e buscar ajuda externa, porque, a demora desta ajuda, poderá causar muito problemas e causar até uma insolvência sem volta.
Os sintomas da crise são:
Deterioração rápida do caixa;
Elevado nível de alavancagem financeira e falta de crédito no mercado;
Falta de produtos e queda da qualidade do produto oferecido;
Produtos similares mais competitivos e concorrentes com melhores condições de venda.
Podemos destacar alguns fatores críticos, que levam a empresa ao declínio e queda rápida de seus resultados, devem ser destacados:
Falta de informações necessárias;
Tecnologia ultrapassada e baixa Informatização;
Margens e resultados ruins;
Desconhecimento da tendência do mercado;
Confusão financeira entre pessoa física e pessoa jurídica;
Falhas nos investimentos realizados;
Falta de planejamento para tomada de decisão estratégica;
Muita burocracia e decisões muito lentas;
Imagem arranhada;
Previsões erradas de compras;
Localização geográfica desfavorável;
Administração inchada, paternalista;
Distanciamento do cliente.
Também vale destacar os fatores humanos que podem comprometer a vida da empresa, a saber:
Falta de capacitação e pouco treinamento;
Deficiência de liderança;
Falta de responsabilidades e delegação deficiente;
Comunicação falha e falta de transparência;
Motivação baixa gerando alto turnover;
Cultura de muitas explicações e pouca ação;
Sistema de remuneração e bonificação falhos;
É comum verificar empresários negando a crise e buscando justificativas. Para esta situação, dá-se o nome de miopia. Esse comportamento de fuga e negação pode ser identificado em:
Excesso de autonfiança;
Negação da crise e lentidão na contratação de uma consultoria especializada;
Culpar a crise externa pelo problema;
Comportamento gerencial passivo;
Problemas com procedimentos éticos;
Falta de foco no negócio.
Para reestruturarmos uma empresa, adotamos as seguintes fases:
Fase inicial- atenção ao problema:
Visão e planejamento a curto prazo;
Foco no fluxo de caixa de curto prazo;
Direcionamento dos produtos chaves;
Alinhamento e transparência das diretrizes com a equipe;
Busca de investidores e aportes financeiros.
Fase 1- elaborar o plano de recuperação:
Foco nos pontos fortes e identificar as prioridades que darão resultados rápidos;
Procurar ser objetivo e rápido nas tomadas de decisões;
Avaliar as despesas e os custos que podem ser cortados;
Renegociar os recursos, os prazos e as taxas financeiras;
Avaliar a equipe e fazer checklist semanais das tarefas;
Buscar bom relacionamento com os parceiros internos e externos, e os credores;
Administrar a dívida e renegociar prazos com fornecedores e prestadores de serviço;
Pesquisar novos potenciais fornecedores;
Realizar operação forte de cobrança de recebíveis;
Buscar programas de recuperação fiscal.
Fase 2- buscar a estabilidade da crise e implantação de procedimentos:
Usar o modelo PDCA (Planejar, Desenvolver, Checar e Agir);
Gestão de caixa de forma eficiente
Implementação de controles financeiros e relatórios gerenciais;
Analisar as linhas e revisar os estoques em qualidade como em quantidade;
Focar nas compras;
Revisar os gastos;
Dar importância ao planejamento;
Comprometimento com os números e prazos;
Utilizar orçamento como uma das metas;
Não aceitar explicações sem a busca de soluções.
Fase 3- implantação de nova cultura organizacional:
Avaliação constante do capital humano;
Melhoria de ambiente interno;
Comunicação interna transparente;
Controles gerenciais e estabelecimento de metas;
Comprometimento da equipe com a cultura;
Meritocracia;
Governança corporativa e ética empresarial;
Normas, princípios e objetivos claros.
Planejamento estratégico -
Estratégia significa fazer um plano de ação para sair da crise e voltar a crescer, abrangendo pontos de curto, médio e longo prazo. A estratégia elaborada deve ser medida e revisada periodicamente. Analisando sempre os pontos fortes e fracos da empresa por meio da aplicação do modelo SWOT (S- Força, W- Fraqueza, O- Oportunidade, T- Ameaças).
Para o que é urgente, fazer o bom rapidamente, deixando o ótimo para mais tarde.
Redirecionar as linhas e produtos com maiores rentabilidades, aplicando a matriz BCG (de Boston Consulting Group), criada para avaliar a posição estratégica do portfólio de produtos de uma empresa e seu potencial de crescimento. A matriz BCG classifica o portfólio de negócios em quatro categorias distintas: (vaca leiteira, abacaxi, estrela e interrogação).
Buscar consultorias e parceiros para ajudar na busca de resultados melhores, traçando metas de investimentos, de desinvestimento e novas alternativas de crescimento a médio e longo prazo.
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