Como combater as fraudes corporativas
- Nelson C Ribeiro
- 18 de mar.
- 5 min de leitura

Muitas empresas frequentemente correm riscos de sofrerem fraudes que podem levá-las a pesadas multas ou ao seu fim. Fraudes corporativas são ameaças que as organizações enfrentam e é fundamental implementar medidas preventivas e de detecção para minimizar esses riscos, proteger a integridade e a continuidade da empresa.
A gestão fraudulenta é a prática de administrar uma empresa de forma desonesta, com o objetivo de obter vantagens financeiras ou pessoais ilegítimos.
Há vários tipos de fraudes, conforme o setor, o tamanho e a complexidade da organização.
Seguem algumas das fraudes mais comuns:
· fraude de recursos financeiros: desvio de fundos das empresas para fins pessoais ou para financiar atividades ilegais;
· fraude contábil: quando se manipula os demonstrativos financeiros para ocultar perdas e desvios;
· fraude de crédito ou uso de informações falsas para obter crédito ou financiamento;
· fraude de inventário para ocultar perdas, inflar lucros ou esconder dívidas;
· fraude de compras para comprar bens ou serviços para fins pessoais;
· fraude de vendas para ocultar perdas, inflar lucros ou esconder dívidas;
· fraude cibernética quando se usa métodos para roubar informações confidenciais ou desviar fundos;
· fraude de identidade com o objetivo de obter acesso a sistemas ou informações confidenciais;
· fraude de dados para ocultar perdas, inflar lucros ou esconder dívidas;
· fraude de folha de pagamento para desviar fundos ou pagar salários indevidos;
· subornos para pagar propinas ou para obter contratos, licenças ou outros benefícios;
· corrupção quando se usa indevidamente uma posição ou influência para obter benefícios ilegais;
· lavagem de dinheiro para ocultar a origem de fundos ilícitos;
· desvio de fundos da empresa para fins pessoais ou para financiar atividades ilegais;
· fraude de impostos para reduzir ou evitar o pagamento de impostos;
· fraude de identidade para obter crédito, financiamento ou outros benefícios;
· conflito de interesses para obter vantagens pessoais, como a aquisição de ativos da empresa a preços abaixo do mercado.
As fraudes trazem prejuízos para empresas na forma de perda de confiança dos investidores, clientes e parceiros; prejuízo financeiro; responsabilidade legal que resulta em multas, indenizações e até mesmo em prisões; danos à reputação da empresa; instabilidade operacional afetando a capacidade de realizar negócios etc.
Há alguns sinais de alerta que podem ser indícios de fraude, a saber:
· transações suspeitas que não seguem o padrão normal de negócios, como, por exemplo: transações de grande valor ou transações com partes desconhecidas;
· mudanças repentinas nos padrões de negócios ou nos dados financeiros;
· inconsistências nos dados ou nos relatórios financeiros;
· falta de documentação, informações e registros de transações ou atividades;
· comportamento suspeito de acessos não autorizados ou tentativas de ocultar informações.
Para detectar as fraudes podem ser utilizadas técnicas, como, por exemplo:
· auditorias contábeis e financeiras;
· análise de cluster;
· análise de redes;
· softwares de detecção de fraude;
· sistemas de gestão de riscos;
· ferramentas de análise de dados.
Prevenir fraudes é um desafio contínuo para as empresas e organizações.
Seguem algumas estratégias para prevenir fraudes:
· manter cultura de ética dentro da organização;
· treinar e conscientizar os funcionários sobre a importância da ética e da conformidade; e sobre os riscos de fraude;
· revisar regularmente os controles e procedimentos para garantir que estejam funcionando corretamente;
· possuir controles internos fortes, como auditorias regulares e monitoramento de transações;
· monitorar constantemente os possíveis riscos de fraude, utilizando ferramentas de análise de dados e inteligência artificial;
· estabelecer canais de denúncia de irregularidades, permitindo que funcionários e terceiros relatem suspeitas de fraude;
· implementar políticas e procedimentos claros e concisos para evitar ambiguidades e interpretações erradas;
· obter mais de duas conferências e acordos em procedimentos internos;
· definir responsabilidades e autorizações de cada funcionário para evitar conflitos de interesses;
· implementar controles de acesso para garantir que apenas funcionários autorizados tenham acesso a informações confidenciais;
· realizar auditorias regulares para detectar e prevenir fraudes;
· monitorar transações financeiras para detectar padrões suspeitos;
· utilizar tecnologia de detecção de fraude para identificar transações suspeitas;
· estabelecer parcerias com outras organizações para compartilhar informações e melhores práticas;
· colaborar com autoridades para investigar e prevenir fraudes;
· implementar medidas de segurança para proteger informações confidenciais;
· utilizar criptografia para proteger dados sensíveis;
· manter atualizados os sistemas de segurança para evitar vulnerabilidades;
· realizar avaliações de risco para identificar áreas vulneráveis;
· revisar e atualizar políticas e procedimentos regularmente para garantir que estejam alinhados com as melhores práticas;
· analisar de padrões para identificar padrões suspeitos, como transações repetidas ou valores anormais;
· analisar tendências para identificar mudanças repentinas ou inexplicáveis;
A seguir serão citadas algumas fraudes famosas conhecidas:
· Standard Chartered. Em 2012, o banco britânico uma multa em torno de US$ 660 milhões para pôr fim às acusações de violação de sanções econômicas e lavagem de dinheiro;
· Lehman Brothers. Em 2008, o banco de investimentos americano faliu devido à fraude contábil que envolveu a manipulação financeiras para ocultar perdas e inflar lucros da empresa. A fraude causou perdas estimada de US$ 690 bilhões para os investidores do banco;
· WorldCom. Em 2002, a empresa de telecomunicações americana faliu por causa de fraude contábil que envolveu a manipulação contábeis para ocultar perdas e inflar lucros da companhia. A fraude resultou em um prejuízo por volta de US$ 11 bilhões para os investidores da empresa;
· Enron: Em 2001, a empresa de energia americana faliu por conta de fraude contábil que envolveu a manipulação de relatórios financeiros para ocultar perdas e inflar os lucros da empresa. A fraude resultou uma perda de cerca de US$ 65 bilhões para os investidores dela.
Quando se fala de corrupção, o Brasil ocupa uma das piores posições no ranking mundial, conforme os indicadores:
· Corruption Combat Capacity (CCC) - (Capacidade de Combate à Corrupção): o Brasil tem 4,8 de um total de 10 pontos.
· Corruption Perception Index (CPI) - (Índice de Percepção da Corrupção): o Brasil está na 107ª posição entre um total de 180 países.
Para detectar possíveis fraudes, é importante que as empresas tenham controles internos robustos; gestão de compliance; e realizem auditorias regulares. Também é essencial a implantação de uma cultura de governança corporativa, que foque na ética e conformidade entre seus funcionários e stakeholders.
A falta de regras e de controles claros acarretam a falência das empresas. A lei de da Recuperação e Falência de Empresas (LRF) foi criada com o propósito principal de punir os responsáveis pelas dívidas causadas, e a responsabilidade administrativa e criminal do efeito do mal causado a terceiros.
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